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O que são células-tronco?

Uma célula é a menor unidade morfofisiológica autoreprodutiva de um ser-vivo, ou seja, a menor unidade funcional considerada matéria-viva e capaz de dar forma ao organismo ao mesmo tempo em que permite que o ser vivo realize suas funções vitais e consegue se reproduzir sozinha (ALBERTS et. al, 2004).

 

Apesar de serem bastante diferentes externamente, os mecanismos internos de uma célula são muito parecidos. Todas elas possuem a capacidade de guardar a informação hereditária através do ácido desoxirribonucleico (ADN, conhecido popularmente como DNA); todas conseguem replicar seu DNA e possuem como material genético intermediário o RNA; todas conseguem produzir proteínas e utilizá-las também como catalisadores; consomem energia na forma de ATP (trifosfato de adenosina) e são envoltas por uma membrana plasmática (ALBERTS et. al, 2004).

 

Uma célula-tronco é aquela célula capaz de se multiplicar e formar novas células-tronco, bem como diferentes tipos celulares. Apresentando, assim, capacidade de autorrenovação e diferenciação (NATIONAL INSTITUTE OF HEALTH, 2001 apud AGUIAR, 2011).

 

As células-tronco podem ser classificadas de acordo com sua capacidade de diferenciação em totipotentes, pluripotentes ou multipotentes. As células-tronco totipotentes – presentes no zigoto - são aquelas que podem dar origem a qualquer tipo celular, podendo formar inclusive os anexos embrionários. As células-tronco pluripotentes são capazes de originar células derivadas da endoderme, da mesoderme e da ectoderme, mas não podem formar células dos anexos embrionários. As células tronco pluripotentes são extraídas da massa celular interna de um embrião na fase de blastocisto ou podem ser produzidas a partir da indução de células-tronco adultas (NATIONAL INSTITUTE OF HEALTH, 2001 apud AGUIAR, 2011).

Já as células-tronco adultas ou somáticas, que podem ser encontradas em diversos tipos de tecidos do corpo humano, apresentam uma capacidade mais restrita de diferenciação (ALBERTS, 2013), sendo consideradas multipotentes por poder formar vários tipos de células dentro de uma certa linhagem, por exemplo, diferenciando-se em células derivadas de um único folheto embrionário.

 

As células-tronco podem ser encontradas em estruturas como: cordão umbilical, tecido adiposo, cérebro, fígado, sangue, pele, coração e diversos outros. E podem levar a uma melhora da qualidade de vida humana através de pesquisas científicas de biologia básica em torno da diferenciação celular, desenvolvimento embrionário, câncer entre outros. Aumentando assim as chances das finalidades terapêuticas se tornarem uma realidade no Brasil e no mundo e talvez substituir até mesmo transplantes de coração e fígado, por exemplo (PEREIRA, 2008).

 

 

Tipos de
células-tronco
e suas características

As células-tronco podem ser encontradas em estruturas como: tecido adiposo, cérebro, fígado, sangue, pele, coração e diversos outros. No entanto, algumas fontes de células-tronco tornaram-se mais conhecidas pela população que as outras, tais como as células-tronco:

- Células totipotentes ou pluripotentes;

- Extraídas de embriões cujas células ainda não começaram a se diferenciar (equivalente à embriões de até, aproximadamente, 7 dias de vida);

- Causam polêmicas éticas e religiosas por promoverem a destruição de embriões.

 

- Células multipotentes;

- Consideradas adultas e capazes de gerar células com funções específicas;

- Fonte que geralmente é descartada após o parto (procedimento simples e não invasivo);

- Assim como as da placenta, tem demostrado eficácia terapêutica por menor índice de rejeição.

- Células multipotentes;

- Utilizadas para transplantes em pacientes com doenças genéticas, imunológicas e onco-hematológicas há décadas;

- Para sua utilização é necessário encontrar doadores e receptores compatíveis;

- Procedimento invasivo que exige anestésicos e procedimentos cirúrgicos.

1. Células-tronco adultas apresentam alto valor terapêutico.

 

2. Há tecnologia suficiente para fazer uso de células-tronco e promover a cura de pacientes com leucemia, por exemplo.

 

3. Outros fins terapêuticos poderiam ser desenvolvidos se houvesse menos polêmica em torno das células-tronco.

 

4. Com ressalvas, é permitido no Brasil o uso de células-tronco embrionárias em pesquisas.

VERDADES
MITOS

1. Pesquisas científicas sobre células-tronco levam diversos embriões à morte.

 

2. Não há controle, nem leis para o uso de células-tronco.

 

3. Atualmente diversos tipos de terapias celulares com células-tronco estão disponíveis para a população.

sobre as células-tronco?

 

 

Apesar das expectativas e promessas em torno do uso destas células, ainda há muita polêmica envolvida nesse assunto, especialmente quando se trata do uso de células-tronco embrionárias, que envolve um contexto cultural e religioso por trás do conceito de vida e da destruição de um embrião, mais especificamente de um blastocisto, um embrião de menos de cinco dias e não implantado no útero (PEREIRA, 2008).

 

Se por um lado parte da sociedade é contrária às pesquisas com células-tronco embrionárias, por outro lado no Brasil o uso do embrião humano foi regulamentado pela Lei de Biossegurança (Lei 11.105), de 24 de março de 2005. Desde que estes embriões sejam obtidos através de técnicas de fertilização in vitro e sejam inviáveis ou estejam congelados há mais de três anos.

AGUIAR, A. M. Isolamento, caracterização, ativação e diferenciação em linhagens mesenquimais de pericitos cardíacos humanos. Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Biológicas. Programa de Pós-Graduação em Biologia Celular e Molecular. Curitiba, 2011. 146p. Tese (doutorado).

 

ALBERTS et al. Biologia molecular da célula. 4.ed. Porto Alegre: Artmed, 2004. 1584p.

 

PEREIRA, L. V. A importância do uso das células tronco para a saúde pública. Ciênc. saúde coletiva;13(1):07-14, jan.-fev. 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/csc/v13n1/01.pdf>. Acesso em: 20/10/2015.

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